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O mundo gira e a cruz permanece inabalável

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"Stat crux dum volvitur orbis" (A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo percorre a sua órbita): Lema e Brasão da Ordem de São Bruno, dos Cartuxos

“Stat crux dum volvitur orbis” (A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo percorre a sua órbita): Lema e Brasão da Ordem de São Bruno, dos Cartuxos

O blog, habituado a manifestar-se sobre fé e doutrina, foi cobrado por leitores a comentar sobre recente uso indevido da imagem do Senhor crucificado em momento de manifestação e protesto. Sinceramente acreditamos que, mais do que identificar a dor e o sofrimento dos homossexuais com a cruz do Senhor, alí os “gayzistas” tiveram, mesmo, o objetivo e a intenção de chocar e escandalizar a sociedade.

“… homens e mulheres homossexuais devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar”  (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2358).

A encenação da crucificação de Jesus em plena parada gay causou muito mal-estar entre cristãos de diversas denominações. Uns consideraram blasfêmia, outros, apenas deboche, mas a maioria entendeu como uma provocação aberta aos cristãos.

Vimos representado naquela cena o sofrimento de um segmento que tem sido vítima de nosso preconceito. Nos primeiros séculos do Cristianismo, milhares de fiéis foram crucificados por professar a fé em Jesus. Não há comparação para o sofrimento e o suplício da condenação à cruz: “escândalo para os judeus e loucura para os gentios ” (São Paulo aos Coríntios 1, 18-23).

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Sobre a cabeça do transexual crucificado uma placa que dizia “Basta de homofobia“. É um pedido de socorro de um grupo que sofre perseguição, agressão – e mesmo assassinato por puro preconceito – até mesmo de nós cristãos que devemos mostrar compaixão e misericórdia.

Sobre o uso do símbolo máximo do Cristianismo com a finalidade de escandalizar, evocamos as palavras do santo padre, papa Francisco: “Liberdade de expressão não é liberdade de insulto“. Afinal, quem quer respeito precisa respeitar!

Achamos muito dignas e pontuais as reflexões do bispo católico Dom Henrique Soares da Costa. Por concordar com o que escreveu a autoridade da Santa Romana Igreja, reproduzimos aqui:
Sobre a Parada Gay:

Não tenho raiva,
não sinto indignação,
não dou importância,
não levo a sério…
Só tenho pena,
muita pena de uma sociedade que se degrada,
de uma gente que perdeu o rumo,
o sentido,
os valores…

Pena!
Muita pena de ver aonde chegamos,
aonde chegou a nossa sociedade,
aonde chegaram certos homossexuais…

Só peço aos cristãos que não reajam:
não vale a pena!
Ali somente se mostra o que é essa “cultura gay“…
Aos homossexuais que não fazem bandeira de sua orientação sexual,
aos que não se degradam,
mas dignamente levam adiante sua vida,
pessoas entre pessoas,
sem placa de orientação sexual na testa,
sabendo que a sexualidade faz parte da vida, mas não é a vida toda,
a esses, meu respeito e minha solidariedade! Sei que não compactuam e se envergonham da degradação que todos vimos.

A todos, a paz do Senhor Jesus,
nossa Verdade, nosso Caminho, nossa Vida!
Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus!

Não é omissão: é manifestação de um Bispo da Igreja, que tem o dever de ajudar os fieis a reagir de modo destemido, mas sempre cristão!
Ser destemido não é ser tolo ou imprudente!

cristo di zeffirelli

Entrar em polêmicas? É o que esperam de nós os inimigos do Cristo.
Fazer cruzadas? É o que desejam os que nos querem combater.
Pagar mal com mal, ser tomado de ira? É o que deseja o próprio Diabo: envenenar nosso coração, de modo que a ira e azedume dos que desprezam o Senhor também entrem no nosso coração – mesmo com motivações santas…

Dialogar, responder, reagir, devemos fazê-lo quando o interlocutor merece ser levado a sério…
Quando alguém pergunta sem realmente procurar a resposta, quando alguém agride de modo cego e irracional, quando se grita ou protesta de modo rasteiro, sem argumentos plausíveis, qual a resposta mais inteligente?

Qual a reação mais de acordo com Aquele que Se calou diante dos fariseus que queriam apedrejar a mulher ou ante os que Lhe perguntaram com qual autoridade agia?
Qual a resposta à pergunta de Pilatos, sem interesse real pela verdade?

Por que descer ao nível tão baixo desses que desejam agredir de modo vil a nossa fé?
É fácil uma indignação precipitada e imatura, exigindo até dos pastores da Igreja uma ação ao gosto das paixões e rompantes de cada um! Há hora de falar e hora de calar, há modo de falar e modo de calar, há motivos para se manifestar e motivos de estar em silêncio.

É fácil sugerir soluções e atitudes quando não se tem a tremenda responsabilidade de falar em nome da Esposa de Cristo, da Igreja do Senhor, do Rebanho do Pastor eterno!

Ainda uma coisa: os fieis católicos têm pleno direito e até dever de se manifestar, até mesmo sobre a atitude dos seus pastores. Nunca censuro católicos que fazem críticas aos pastores da Igreja… Mas, cuidado com o Juízo de Deus: façam-no com respeito! Um católico que agride com palavras os pastores da Igreja, na verdade não crê! Acredita em si mesmo e nas suas ideias!”

Dom Henrique Soares da Costa
Bispo de Palmares – PE

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